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26 de abril de 2019PAULO ROBERTO GULLO É PERSONAGEM DA REVISTA KAPPA MAGAZINE SÃO CARLOS DESTE MÊS – EDIÇÃO 146
Gullo: sinônimo de comércio em São Carlos
http://www.revistakappa.com.br/edicoes/saocarlos/edicao_146/#p=42
Por Vanessa Gurian
Entre os compromissos em São Paulo como Conselheiro do Sesc e vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), eleito em 2018 por indicação do próprio presidente da Federação Abram Szajman, e as atividades à frente do Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região e do Conselho Municipal de Emprego de São Carlos, o Personagem da Kappa desta edição tem muita história.
Terceira geração de uma família de comerciantes em São Carlos, Paulo Roberto Gullo é filho de José Gullo Filho e Ruth Martin Gullo, mas foi com seu avô José Gullo que tudo começou.
O nome Gullo veio do sul da Itália direto para São Carlos. “Meus avós paternos vieram no mesmo navio, por volta de 1870. Ela com nove anos e ele com 24. Por aqui ele abriu uma sapataria onde empregou alguns conterrâneos, inclusive ela. Quando ela tinha 15 anos se casaram e tiveram nove filhos, meu pai José Gullo Filho foi o caçula”, conta Paulo.
O negócio prosperou e surgiu a loja de calçados Casa Gullo, no tradicional endereço à Rua General Osório, 1903. Paulo lembra que toda a família se envolvia. “Meu pai chegou a ter uma fábrica de calçados no fundo da casa onde morávamos. Passei minha infância brincando com tachinhas e ajudando a colocar os sapatos nos caixas. No negócio da família fazia de tudo: limpava vidro, fazia cobrança e vendia”. Conta que os 13 anos saia com uma pastinha no bagageiro da bicicleta para fazer as cobranças. “Fazer comércio era nossa vida”. Mais tarde, formado em Administração Pública, Paulo teve suas próximas lojas e passou a cuidar da parte burocrática da empresa da família.
Vitrines de volta
Na época o comércio de São Carlos se concentrava na região do Mercado Municipal e da rua General Osório. A vitrine era o atrativo mais importante. Paulo Gullo lembra que para cada data havia um enfeite diferente.
A loja fechava às 18h, mas a família Gullo ficava até às 23h montando as vitrines. Colocavam um sapato na vitrine e saiam para ver como ficou, usando uma técnica para atrair o olhar do freguês: expor o número 35 para mulher e 39 para homem. “Conheci e vivi o centro comercial antigo de São Carlos e hoje estamos lutando para que essa região seja revitalizada e volte a ser um espaço atrativo e convidativo para o cliente. A ideia é transformar o calçadão em um boulevard com suas vitrines abertas e bem iluminadas dia e noite. O mercado tem mudado muito e as relações de trabalho também, principalmente depois da Reforma Trabalhista, mas em minha opinião ainda não há comércio sem vitrine”.
Da manivela ao shopping
A atuação de Paulo Gullo no comércio de São Carlos sempre foi de inovação. Em sua gestão como presidente da ACISC (de 94 a 98) foi proposta e aprovada a lei municipal nº10.795, que dispõe sobre o livre horário de funcionamento do comércio da cidade, facultativamente por até 24h em qualquer dia da semana.
Nesta mesma época, ele foi um importante articulador para a vinda definitiva do Shopping Iguatemi para São Carlos, inaugurado 1997. “A cidade tinha muitas saídas de divisas, porque Araraquara e Ribeirão já tinham shoppings e as pessoas preferiam ir gastar fora. Também havia uma resistência de alguns comerciantes mais antigos, que até trabalhavam ainda com máquina registradora a manivela!”.
Foi um trabalho de articulação de Paulo Gullo mostrar que o shopping não traria prejuízo para o comércio tradicional, como realmente não trouxe. No início mais de 40% do movimento do shopping era de clientes de fora da cidade, como Ribeirão Bonito, Descalvado, fazendo com que São Carlos passasse a ser um centro de compras.
JUCESP: Posto em Escritório
À frente do Sincomercio São Carlos, Paulo Gullo conquistou o Posto Regional Oficial da Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP), instalado desde 1998 na sede do sindicato, o que contribui muito para o trabalho da classe contábil. “Mas São Carlos continua crescendo e nosso trabalho não para. Desde 2015 estamos em tratativas burocráticas para a transformação do Posto em Escritório. Já existe, inclusive, uma Lei Municipal que autoriza o Poder Executivo a celebrar convênio com o Estado de São Paulo para instalação do escritório regional da Junta na cidade. São Carlos tem que acompanhar as mudanças, tem que crescer e estamos trabalhando para isso”.
Trabalho ininterrupto que tem o apoio da família. Casado com Marisa Ribeiro Garcia Gullo, Paulo Gullo tem três filhos Marina Garcia Gullo Solci; Paulo Roberto Gullo Filho e Débora Garcia Gullo e três netos Cauã, Filipe e Enrico. “Meus filhos hoje trabalham na área de prestação de serviço, mas quem sabe meus netos não voltem a atuar diretamente no comércio varejista como seus tataravós. Afinal, fazer comércio está no sangue dos Gullo”.
(texto publicado na revista Kappa Magazine São Carlos edição 146 / abril de 2019
http://www.revistakappa.com.br/edicoes/saocarlos/edicao_146/#p=42)
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